A sentir-me-te Ishiguro

Como é que é, seus taradões do desconfinamento, 'tá tudo a bater mal do alto da moleirinha, não tá?! Este novo confinamento geral tem sido muito duro, não tem?, em bem vos tenho visto a confinar por aí, tudo a seguir à risca as 52 exceções ao dever de recolhimento domiciliário, digo, as medidas apresentadas por António Costa na quarta-feira passada. Pessoalmente, como sou uma pessoa que gosta de andar informada, comecei a ler as exceções ao confinamento geral logo no dia do anúncio das novas medidas e conto acabar lá para final da próxima semana. Eu sei que é duro, mas temos todos de continuar este esforço que nos foi pedido pelo nosso Primeiro-ministro. À exceção das escolas, dos supermercados, das farmácias, das padarias, das frutarias, das peixarias e lotas, das feiras e mercados, das óticas, das oficinas de reparação de automóveis, dos talhos, dos dentistas, das igrejas e das atividades laborais nas quais o teletrabalho não é possível, 'tá tudo fechado! Para mim, foi uma tristeza sair à rua este sábado e ver as ruas cheias de pessoas em confinamento. O que vale é que não faltam motivos para ficarmos em casa: há bola na tv e se nas generalistas podemos assistir a novelas, nos canais informativos podemos assistir a... novelas. Pessoalmente, eu ando a seguir com muito interesse aquela do professor Marcelo que começou a semana passada. Acho que se chama "Positivo, positivo", ou "Negativo, negativo", não fixei bem o nome. Agora, se me dão licença, vou andando, que daqui a pouco vem aí o Ventura nos telejornais todos e se ele descobre que eu uma vez, quando tinha seis anos, roubei um berlinde ao meu melhor amigo, ainda me manda cortar a mão. E parecendo que não, a mão faz-me falta porque eu gosto de usar luvas e pôr batom! 

PS. Esta crónica já terminou. Por isso, se ainda estão por aí é porque a vossa vida é ainda mais deprimente do que eu pensava. Para deprimirem como deve ser, deixo aqui uma sugestão de leitura:

"As pálidas colinas de Nagasáqui!, de Kazuo Ishiguro, que é como eu me ando a sentir.

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