1,5 salário X 2 = rescisão amigável

Quem dava a sua viuvez por garantida recebeu uma lição do OE

Se eu mandasse, contratava os serviços do angolano José Eduardo dos Santos para cortar nas Parcerias Publico Privadas em Portugal. A limpeza com que José Eduardo cortou a parceria estratégica com o governo de Lisboa, mesmo que ninguém soubesse o que isso era até ao momento em que acabou, deveria inspirar os governantes portugueses, tão púdicos na hora de cortar parcerias, sobretudo, quando são estratégicas para meia-dúzia de empresas estratégicas para meia-dúzia de partidos políticos estratégicos para a manutenção desta estratégia. Normalmente, o pudor em cortar parcerias estratégicas, sobretudo, entre entidades públicas e privadas, é proporcional à falta de vergonha em cortar nos privilégios dos pensionistas, dos funcionários públicos que têm o privilégio de ganhar acima dos 600€ mensais ou em direitos adquiridos. Ninguém gosta de ser dado por adquirido, os direitos também não. Quem dava a sua viuvez por garantida, recebeu uma lição do Orçamento de Estado para 2014. O governo é um bocadinho como aquela stripper, que de dia trabalha numa repartição de finanças e tem óculos de garrafa, e à noite põe lentes de contacto e trabalha numa dancetaria. Com isto não estou a dizer que o governo é uma sonsa com pensamentos badalhocos. Nem estou a dizer o seu contrário. Pessoalmente, não percebo o drama gerado à volta do corte da parceria estratégica entre Angola e Portugal. Primeiro, porque apenas 99,5% de Angola cortou a parceria estratégica com Portugal; segundo, porque 0,5 por cento de Angolanos - José Eduardo dos Santos, a filha, o resto da família Santos, as altas patentes militares e o Bonga (desculpem-me se me esqueci de alguém) - e 0,5 por cento do tecido empresarial português - Mota Engil, a Unicer e a Sonae mantêm as relações estratégicas entre os dois países no caminho do bem. No fundo, o que o governo angolano propôs ao governo português foi uma rescisão amigável, Passos Coelho fez as contas e 1,5 salário por cada ano de trabalho, e sem possibilidade de pedir a reforma, é uma proposta inaceitável, sobretudo para quem apenas trabalhou dois anos, apesar de amigável e de se saber que amigo não empata amigo! Se o Primeiro Ministro não aceitar esta proposta de amizade por via da rescisão do presidente angolano, eu cubro a proposta de Luanda e ainda conto para efeitos de indemnização, para além dos dois anos de governo, os anos da JSD, a última atividade que se lhe conhece antes de chegar a São Bento. Aceite que dá para pagar os IMI's da casa de Massamá nos próximos anos. 

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