Dia de Portugal sem portugueses obriga a importar compatriotas de outras nacionalidades!

Depois de Carlos Moedas ter receitado "choques" aos portugueses, Cavaco Silva sugeriu hoje, nas comemorações do 10 de Junho, mais "sacrifícios", como a "situação o exige". Depois de no passado ter exigido melhores sacrifícios, o PR sugere agora simplesmente mais, isto depois de... sacrifícios melhores. Sugerir mais sacrifícios depois de sacrifícios melhores pode parecer pouco imaginativo e, inclusivamente, pouco patriótico, para mais tendo o juízo sido formulado em plena comemoração de mais um dia de Portugal. Mas não é: estamos em altura de mudar do paradigma da qualidade dos sacrifícios para o da quantidade dos sacrifícios, alterando o velho adágio: mais vale muitos e maus, que poucos e bons. No tempo em que era o Vasco Graça Moura a organizar as comemorações do dia de Portugal havia mais portugueses no dia de Portugal. Com a debandada de compatriotas, Silva Peneda, actual responsável pelas comemorações do Dia de Portugal, e Presidente do Conselho Económico e Social, tem de fazer o equilíbrio difícil entre um Portugal a menos para portugueses a mais e um Portugal a mais para portugueses a menos. Há mais sacrifícios para distribuir por cada vez menos portugueses, pelo que há comemorações a mais do dia de Portugal num país com cada vez menos Portugal para comemorar. Para não dizer-se que esta é uma daquelas crónicas que critica sem apresentar alternativas, proponho contratar-se portugueses "estrangeiros" para suportarem os sacrifícios na vez dos portugueses "portugueses" que abandonaram o país quando o país mais deles precisava para suportar os sacrifícios que se impunham. Proponho contratar-se portugueses "latino-americanos" nascidos nas décadas das ditaduras militares ou africanos da África central e subsariana, que é gente habituada a sacrifícios e que não foge à primeira contrariedade e, além disse, fazem um público muito animado nas comemorações de qualquer 10 de Junho.

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