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Mostrando postagens de 2017

Até amanhã, camaradas!

Tenho recebido muitas críticas pelo facto de terminar as minhas crónicas com um «até amanhã» e só voltar a escrever daí a uma semana ou duas... Ou então de terminar com o futuro distante «até para a semana» e voltar logo no dia seguinte.  Vocês são complicadinhos, ãh?!  Quando eu digo até para a semana é porque volto no dia seguinte. Quando eu me despeço com um «até amanhã camaradas» é porque tão cedo não me põem as vistas em cima. Não tem nada que enganar. Por falar em enganos, a ministra Constança Urbano Sousa demitiu-se. A demissão veio tão a tempo como a chuva que começou a cair na segunda-feira passada.  Pensando melhor, o timing até não é mau, afinal, ir de férias em época baixa é mais barato, eu se fosse à Constança evitava a Califórnia e escolhia uma estância de Ski nos Alpes franceses ou suíços. Sempre evita estragos maiores... Por falar em coisas estragadas, o primeiro-ministro, se dúvidas houvesse, confirmou que é um verdadeiro «animal político». Quem achar que

A restauração da dependência...

Desculpem, já aí estão? Estava distraído e rever o Basileia - 5 / Benfica - 0 e perdi-me nas horas... Vamos lá então ao que interessa: e stava aqui a traduzir «bombinhas de nitrogénio» do catalão para norte-coreano, mas deu-me uma dor do lado direito, acho que deve ser escolástica e tive que fazer uma pausa; a minha mulher acha que pode ser patrística e, se for esse o caso, ui, tenho para uns aninhos. Por falar nisso, alguém sabe quanto é que está o jogo na Catalunha? A última vez que vi tempo e resultado, marcava Amigos de Puigdemont - 0 / Resto de Espanha – 45. Parecia rugby! Eu já não via um resultado assim desnivelado desde o Ministério Público - 31 / Sócrates - 0! Agora a sério, alguém percebeu aquela declaração de independência? Eu nunca tinha visto a independência de um território durar tão pouco tempo. Nem deu para içar a bandeira. Na mesma frase declarar a independência e o fim da independência não é para todos. A Espanha passa a festejar um novo feriado a 10 de Outubr

É mais fácil dizer Benny Hill

O d erby Kim Yung Hill-Donald Trump está ao rubro, é tipo um Sporting-Porto, mas em nuclear. Neste caso, se correr mal é sinal que o Sporting perdeu, no outro, nunca iremos saber. PS. Kim Yung Hill rima com Benny Hill mas não tem graça nenhuma.

Azeredo Lopes na calha para suceder a Luisão

O RdE sabe que ministro da defesa nacional, Azeredo Lopes, está a equacionar a possibilidade de assumir o ministério da defesa do Benfica. A transferência do Forte de São Julião da Barra para a Luz está eminente, depois da derrota humilhante dos encarnados no reduto do Basileia por 5-0. Azeredo Lopes tem a seu favor o facto de ser um jovem (n.d.r. "jovem" no sentido em que toda a gente é mais nova que Luisão) e contra o facto de ele próprio ter sido recentemente goleado na "partida" de Tancos.

Gosto muito de você, leãozinho

Olá. Se eu disser José Sócrates, Rui Oliveira e Costa e Ricardo Salgado na mesma frase acontece alguma coisa desse lado? Não rebentou nada daí? Hum! Então, deve ser material de guerra obsoleto. Nestes casos, como é do domínio público, convém guardar tudo num paiol secreto, bem acondicionadinho, deixar a porta no trinco e esperar que alguém venha buscar. Ah, e não digam nada ao ministro Azeredo Lopes. Tenho andado por fora e por isso ainda não tinha tido a oportunidade de felicitar Bruno de Carvalho, que vai ser pai. Ainda não sabemos se a criança vai fazer chichi sentada ou de pé, vamos ter que esperar pelo próximo anúncio no ecrã gigante do estádio José de Alvalade, no dia em que a senhora BdC fizer a ecografia dos três meses. Já estou a imaginar o Bruno com aquele sorrisinho que ele tem de puto que acabou de urinar para uma garrafa vazia de frissumo num dia de muito calor no recreio da escola a dizer antes de um Sporting-Tondela "mandei fazer uma eco a verde e branco, ainda é

Pensamento do dia

Afinal, Jorge Jesus ganha pouco...

guião para stand-up para humorista mulher - excerto

Guião Uma das coisas que eu aprecio no discurso é a capacidade que ele tem de organizar por ideias as duas ou três caganitas que eu penso - lá muito de vez em quando - sobre alguma coisa. Claro que são ideias feitas da mesma matéria da caganita o que se por um lado se traduz numa espécie de naturalismo filosófico sustentável e amigo do ambiente, por outro, dá sempre em caca. Como em tudo, também na caca há coisas boas e coisas más. Isto não teria nada de mal se eu não fosse ministro das finanças. Graças a Deus que a última frase sou só eu a ensaiar uma punch line. Ganda' ministo das Finanças que nós temos. A conferência de imprensa do ministro sobre sms's com o ex administrador da Caixa Geral de Depósitos dá um tratado de Ética prática ou o guião para uma execução do Estado Islâmico. Quem é que deu o guião da conferência ao ministro? Só pode ter sido o JJ. Aquilo 'tava tão errado! Enfim, Foi tão bom mau, tão bom mau, tão bom mau que Mário Centino, desc

Carta aberta ao senhor presidente da república

Exmo. Senhor presidente da República, dirijo-me a si na sua qualidade de animador sócio-cultural do país para lhe dizer que andamos a precisar de um campeonato da europa para animar, até para ver se o Éder volta aos golos. Se calhar, o plural aqui não se aplica. Gostaria de dizer-lhe que durante a quadra natalícia tive de me deslocar a uma urgência hospitalar por me encontrar engripado. Não correu bem. Para começar, quando cheguei não fui recebido pelo senhor Diretor-Geral de Saúde. Depois, não estava lá o senhor presidente para me abraçar. Enquanto presidente de todos os portugueses tem o dever de abraçá-los a todos. De preferência, em momentos complicados das suas vidas, como nas deslocações às urgências hospitalares. Devo dizer, no entanto, que não faltava lá gente para abraçar, umas 80 pessoas só à minha frente. Tentei abraçar algumas que foram pouco receptivas e nada afectuosas. Saiba o senhor presidente que passo por momentos difíceis. Estou desempregado e, quando não estou,

Vozes a mais...

Pois eu, meu caro Paul Auster, ainda bloqueio à frente da página em branco! É o pânico total.   Aos 40 seria de esperar mais. Ou melhor, menos e começar assim a história em andamento [pelo meio, mesmo], pegando-a pelo ponto de vista do alfinete, nem sequer é uma homenagem a Machado de Assis. Até porque os alfinetes são objectos anacrónicos nos dias de hoje, o que não acontecia ao tempo de Assis. O parágrafo anterior é parvo porque escolher um alfinete para narrador participante de uma história seria tão ridículo hoje como no tempo de Machado de Assis ou de São Francisco de Assis. Escrever sem assunto dá nisto de nos metermos nos assuntos dos outros, de usarmos os seus recursos estilísticos como se fossem recursos naturais. Por falar em recursos naturais, sinto-me a merda que andou a passear pelos cus de Sartre e Céline. [Até a merda em que estou metido pertence a outros.] E posso assegurar-vos de que não se trata de um passeio de domingo à tarde pelo parque, descorti