Um país de Mirólhos...

Olá, então ainda está tudo a chorar à conta dos quadros que o Oliveira e Costa tinha na dispensa do BPN? Deixem-se de mariquices! Só Mirós cá em casa tenho duas dúzias feitos pela minha filha mais nova no segundo ano do Jardim-de-infância. Passei a semana toda a seguir o relato do jogo do leilão da colecção Miró, que pertencia ao espólio da Parvalorem, e a pensar que parva que sou. Francamente, não percebo a histeria! De repente, o país começou a discutir a par dos milhões por Matic e André Gomes os milhões pela colecção Miró. É o mercado de inverno da pintura: por quantos milhões se transferiram os quadros do Miró para o Zenit de São Petersburgo? Que orgulho seria o Miró a jogar ao lado de Danny... Para mim, o secretário de estado da cultura é o único que percebeu a essência da questão. Ainda esta noite sonhei com ele a vender telas do Miró no Bairro Alto à noite: "Qué Miró? Qué Miró? Qué Miró?", ao lado do colega indiano dele que vende flores! Estes indianos não perdem nunca o fio à meada do negócio. Não sei se já repararam, mas o próprio secretário de Estado da cultura parece uma obra de Miró... É esquisito e tem um traço estranho... Jorge Barreto Xavier é uma figura um bocadinho surrealista e pelo menos agora sabemos onde se escondeu Sousa Lara estes anos todos: no fígado de Barreto Xavier. Sem grandes exclamações porque já andávamos desconfiados! De cultural a única coisa que o Barreto tem é aquele aspecto de Fernando Pessoa depois de uma tarde de solário. O que não tem nada de mal, atenção! Pessoalmente, eu estou para a pintura como um poster do José Castelo Branco está para a cabine de um motorista de pesados, e até fico muito admirado com a quantidade de admiradores da obra de Joan Miró... Pelos vistos havia um admirador de Miró em cada um de nós, e só agora é que ficamos a saber. É como diz o povo: só damos valor às coisas quando as perdemos. Ou: em terra de mirolhos, quem tem 85 obras de Miró é rei! Ou então: pior Mirolho é aquele que não quer Miró! Agora, vou ali inventar trava-línguas com a palavra parvalorem, que parece uma declinação latina no modo acusativo, mas isso fica aqui entre nós.. dois, três, desculpem, estava a esquecer-me do Vasco Graça Moura, que estudamos latim. 

Este é para o Barreto tentar destravar:

Parvalorem que parva parvalorem 
Parvalorem que parva parvalorem
Parvalorem que parva parvalorem

Parte parvalorem pra longe
Parte parvalorem pra longe
Parte parvalorem pra longe

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Batalha naval!

The boundaries of humor