Relvado da Lusófona 2 (continuação)

Pois é, já fui ao hospital tratar os meus problemas, porque eu sou uma pessoa doente, e apesar de já haver médicos, alguns dos clínicos ainda se apresentaram ao serviço com professores às costas. Ou seja, não estavam em condições para tratar ninguém e foi um ver se se te avias para um anestesista conseguir dar-me uma injecção com um docente de físico-química, com peso a mais e revoltado, às cavalitas. É por isso que eu físico-química não jogamos... (junta os dedos indicadores e esfrega-os um no outro) Estávamos então lá todos no hospital, uns a reconhecerem que precisam de ser tratados, outros nem por isso, e um dos "nem por isso" virou-se para mim e disse: ah, acha bem que eu com esta idade, ainda esteja numa situação precária? E eu respondi o melhor que sabia, naquela de ajudar a pessoa: então, basta eliminar as bordas de pele que lhe caem dos maxilares, descobrir onde caíram as maminhas e trazê-las cá para cima outra vez e raspar à volta dos olhos, passar um decapante e dar um banho de verniz para disfarçar as concavidades e fica logo melhor. Assim como está, realmente, é muito precário... O senhor respeite-me que eu tenho filhos da sua idade lá em casa... E eu peguei numa turquês e retorqui: então os seus filhos estão quase criados, quando chegarem aos 40 já nunca mais os agarra... Eles com essa idade, acabam o terceiro curso, ganham asas e voam por eles... É a lei da vida..

Esta crónica foi escrita para ser lida por um actor

Comentários

  1. Oh pá!! ... é o que eu digo, problema de multi-personalidade, mas das caras, é só personagem de gabarito!EHEhEh... Fantástico, miúdo. Siga...
    beijinhos pra famelga e pra si

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