Ediresistência: contra os canhões, marchar, marchar...

Acordo, levanto-me, lavo-me (facultativo), como, obro (às vezes, obro a seguir ao "acordo"), viajo para o trabalho (trabalho longe de casa, por isso, aplica-se "viajo"). Nem preciso de cábula para isto, já faço tudo de cor! Na viagem, ouço rádio. Sempre que me acontece ter os impostos em dia, ouço a rádio pública. Hoje aconteceu-me ter tudo em dia e, por isso, ouvi as notícias na antena 1. A notícia do dia, na cultura, é que há uma nova editora de livros no mercado. Até aqui não dá comichão na "pitoquinhas", pois não? Mas ouçam até ao fim que vão ver que não vão conseguir parar de se coçar, sobretudo, se tiverem "pitoquinhas"... Ao que parece, as trezentas e cinquenta editoras que fazem parte da Leya não chegam. É preciso uma para combater estas todas, pelo menos é esse o espírito dos promotores. Na verdade, pareceu-me que as pessoas visionárias que descobriram que o estava a fazer falta, na actual conjuntura económica, é uma editora de livros, não tinham mais nada para fazer... Com tanta acção de cariz social para dar vazão e a precisar de pilim, e eles foram logo pensar em... abrir uma editora... Pela minha parte, parece-me bem, até porque um dos objectivos dos promotores deste novo projecto editorial é acabar com o monopólio dos grandes grupos editoriais. O outro objectivo principal é dar espaço aos novos autores, cujo surgimento está tapado pelos tais grupos... É por isso que a Ediresistência (palavra de honra que este é o nome, e que serve, ao mesmo tempo, para editora e braço armado... Portanto, se alguém não tiver um braço e precisar de um armado, já sabe onde encontrar) vai dar a conhecer ao mundo um novo autor... (Pausa) Urbano Tavares Rodrigues! Conhecem? É natural que não conheçam, trata-se de um autor ainda jovem (nasceu em 1923) e ainda desconhecido do grande público (o público com mais de 2,20m e que não lê por causa das vertigens)... Com a divulgação que está a receber por causa da Ediresistência, Urbano está na berra e só pode ter um futuro brilhante à sua frente, até porque a esperança média de vida tem vindo a aumentar, sobretudo, nos homens. Aliás, já ninguém pára a Ediresistência na sua senda de divulgar a nova literatura portuguesa, mormente, através da publicação de novos valores... Já há novos autores no prelo, e é bom que as pessoas se vão habituando a nomes como Saramago, Pessoa e um puto ainda mais novo que o Urbano e que está agora a começar, um tal de Luís, Luíz quê, ai, Luís, ai, Luís Vaz de Camões, é isso, já me lembrei. É natural que ainda sejam nomes desconhecidos do público em geral, mas é bom que se vão habituando porque esta gente vai dar cartas... Olhem o que eu vos digo, que sou uma pessoa atenta. Agora vou ali foxar na Samantha e depois vou acabar de ler um gajo novo estrangeiro, que está agora a começar, o Pirandello e vai dar cartas. Aliás, deixo já aqui a sugestão para a Ediresistência, no caso de se querer lançar nas traduções de jovens promessas... 

Comentários

  1. Oi garino, eu acrescentaria uns quantos outros jovens, nacionais e internacionais, mas tenho um certo receio que as editoras já existentes me processem... tu és demais, sempre em cima do acontecimento, sempre na crista da onda... força... :-) Beijinhos

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Batalha naval!

The boundaries of humor