Ai se eu te pego!

Quando estava a vir para o estúdio do blog onde gravo estas crónicas, percebi que tinha ainda o arroz de feijão que comi ao meio-dia a acabar de cozer nos intestinos. É uma espécie de cozido das furnas, nada de mais, mas prevejo, ainda assim, um resto de quinta-feira complicado para as pessoas que me rodeiam. Entretanto, hoje costuma chegar a conta da luz e eu só estou à espera para ver se aquilo vem em mandarim. Se vier, aí sim, vou começar a falar. Até agora tenho-me contido, mas se a factura da electricidade vier em tuning vão ficar a conhecer-me melhor. Entretanto, devo dizer que trouxe comigo para o estúdio a minha mulher, porque ontem à noite nos esquecemos de fazer amor. É natural que de vez em quando tenha de interromper a crónica, pois há momentos em que vou precisar das mãos. São poucos, mas sempre que necessário lá terá de ser. Não se preocupem, pois há uma cortina no estúdio e ela está do lado de lá, logo, estão garantidos o respeito pela instituição familiar e a discrição que habitualmente pautam o meu trabalho. Se notarem um silêncio prolongado, preenchido pela música do Michel Totó, é natural que eu ainda demore um bocadinho. Por falar nisto, acho muito boa ideia o Brian Adams ter dicidido relançar a carreira dele a cantar em português do Brasil. O forró é na sua raiz anglosaxónica uma música "for all" e, juntamente com a coreografia, vai conquistar os tops. Pelo menos, os das meninas já foram conquistados. A seguir ao forró, já se sabe, vem o forrobodó. É nesta parte que eu entro, mas até lá vou aguentar-me como um homenzinho. Por falar em paródia, hoje ouvi o António José Seguro dizer que tuteia Pedro Passos Coelho. Respondia a uma pergunta da jornalista que lhe perguntava se isso facilitava a comunicação entre os dois. Sem querer dar palpites - até porque neste momento estou com as mãos ocupadas e a cheirar a saliva - se ele o tratasse por esternocleidomastoideu era capaz de também não ser mal pensado, pese embora tu também facilite alguma coisinha. Com o Álvaro é que só tem trazido problemas. Mas ele é emigrante e, como se sabe, os emigrantes dominam mal quer a língua materna, quer a língua do país de acolhimento. Como se vivessem permanentemente na fronteira linguística entre os dois países. Enfim, de qualquer das formas é como se tivessem convidado a Nelly Furtado para ministro da economia, o que traz sempre inconvenientes, menos um: pode-se tratá-la por tu à vontade. Só para terminar este "entretantos", lá no meu serviço há um Álvaro e toda a gente o trata por senhor ministro, o que, como agora se sabe, é inadmissível e atentatório da sua dignidade pessoal e profissional. Enfim, isto do tu às vezes é um pau de dois bicos e quem se lixa é sempre o mexilhão. Diz, môr? Está bom assim? Desculpem, estava a falar com a minha mulher. Finalmente, deixo dois conselhos para finalizar esta crónica, que, penso, serão de grande utilidade para vocês, sobretudo, porque vocês não existem: 1) se for um actor que faz anúncios publicitários de supermercados e operadoras de televisão por cabo, tenha cuidado! Há gente que anda atrás de si; 2) Se nos próximos dias é uma daquelas pessoas que pretende fazer compras numa loja maçónica, pense duas vezes. É que já está tudo muito escolhido. Ir lá agora era como ir à feira às cinco da tarde! Daqui por mais duas ou três semanas é capaz de haver uma REN, ou assim, a preços muito em conta, mas para já ainda está tudo muito caro. Não se preocupem que aviso mal haja algum desenvolvimento. Estou sempre em cima destas coisas. Não é, môr?


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