A voz de Portugal

Anda o escaravelho às voltas com uma ideia de Sketch: "O vozeirão de Portugal é canadiano" (o título pretende parodiar aqueles concorrentes femininos que insistem em cantar Celine Dion ou Mariah Carey, Brian Adams, enfim, é uma ideia ainda a trabalhar...). Não se percebe como, no programa de passagem de ano, o "Estado de Graça", em versão XXL (porque durou duas horas, porque contou com mais actores e, provavelmente, com mais autores), não abriu as palas! Pelo contrário, estreitou-as e adelgaçou o conceito, ao convidar o herman (com minúscula) para fazer umas entradas em alemão (chega, por favor, o mestre inventou-os a todos!), quando devia ter convidado o Herman para trabalhar a sério. Até podiam ter dado descanso a um ou dois dos que lá andaram a encher chouriços com a carne do costume: Vítor Gaspar, Pedro Passos Coelho, António José Seguro, Teresa Guilherme, Cátia, Marco (óh herman?!) e Sónia... Uma das ideias do escaravelho era ter-se feito um Sketch à volta do programa "A Voz de Portugal". Fazia duplo sentido, para mais, tratando-se de um programa da RTP. O texto anda, sobretudo, na sonda de figurinos bem delineados. O Rui Reininho - Uma espécie de Van Morrison português em versão prima dona, que passaria o tempo a falar "ao lado". Ou seja, a apresentadora perguntar-lhe-ia sobre a prestação do concorrente que acaba de actuar e o personagem responderia coisas como: - "imaginei-me acasalando com um casaco de pele de raposa no Ohio" ou "os Koalas não fumam ganza ao domingo". A apresentadora passaria ao jurado seguinte, a Mia Rose, que passaria o tempo a dançar sentada (o movimento típico dos ombros, para frente e para trás, o estalar dos dedos em simultâneo, o biquinho com os lábios). Quando instada a comentar a prestação de um dos concorrentes, diria qualquer coisa como: - "achei awesome, incruível (incrível com sotaque do Texas), estou extramente feliz, foi tão cool! Awesome!". Os anjos estariam representados por dois jovens rapazes, com umas asinhas, umas túnicas brancas, uma auréola. Completariam as frases um do outro, diriam coisas como: - "Simplesmente espectacular! Foste fantástica! Adoraríamos levar-te para o nosso camarim e fazer amor contigo à vez!". O figurino do Paulo Gonzo inclui um personagem careca, que põe e tira os óculos constantemente, sobretudo, nas alturas mais desadequadas, como quando acaba de falar. Está sempre a cantar coisas do Ray Charles e do Stevie Wonder, mesmo durante as suas intervenções enquanto jurado. Por exemplo, acaba de dizer que o concorrente "chegou sempre a todas as notas, entrou na canção na altura certa, esteve por cima da banda (epoché para cantar um verso do «Georgia on my mind» ou do «Superstition»), interagiu com o público, enfim, gostei muito"!. Entretanto, outros aspectos poderão ajudar a compôr o Sketch, como por exemplo: O Reininho a dormir quando interpelado pela apresentadora para avaliar a actuação de um concorrente; a apresentadora, que deverá ter umas ancas excessivamente largas e uns lábios pintados em demasia, deverá fazer comentários à roupa de Mia Rose, do género: - "Estás tão linda hoje, Mia. Temos mesmo uma equipa de produção que faz milagres"! A apresentadora deverá ainda gritar, gritar sempre, parodiando o lamentável tique da apresentadora Catarina Furtado. Sempre que diz o nome de um concorrente ou informa sobre os números de telefone para os telespectadores ligarem, deverá fazê-lo muito perto dos concorrentes, deixando-os com o cabelo em pé e em desequilíbrio, tal a gritaria da apresentadora.

Comentários

  1. Esqueci-me de dizer uma coisa: o Francisco faria de Reininho, pois têm cortes de cabelo idênticos, o João (que ando a ver se trago para este projecto, daria um excelente Gonzo - é carequinha, redondinho, canta que é uma coisa parva e é professor de Inglês -), eu vestiria a pele de Sérgio Rosado pois sou fisicamente muito bonito, moreno e tenho os cabelos compridos, aos caracóis. Falta-nos uma Mia, um anjo e um megafone.

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