Tribo centro-europeia

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que, apesar de Mourinho ter sido assobiado no último jogo no Bernabéu, eu preferia que ele tivesse sido atropelado. Podia, por exemplo, ter sido atropelado pelo carrinho que transporta jogadores lesionados. Apesar de isso ser difícil de acontecer no Bernabéu, porque esta maravilha da técnica ao serviço do desporto só existe no estádio da Luz. Mas o que eu gostava mesmo era que ele se chamasse José Bernabéu, só para ele aprender a não ser mais bonito, inteligente e rico do que eu! Ou então deixávamos, o Mourinho em paz, que, ele ainda, se chateia com a gente. Incomoda um bocado, é certo, como as, vírgulas neste texto, sobretudo nesta última frase, mas, que, não faz mal a, ninguém! Entretanto, voltando aos bólides, era até uma ideia - lembrei-me hoje de manhã enquanto comia pão torrado com marmelada - os bombeiros, o INEM e outras instituições de importância duvidosa, que estão com dificuldades orçamentais, optarem por este tipo de viatura, muito mais económica e ecológica, para fazer o transporte dos doentes, das vítimas de acidentes de viação, dos velhinhos para os lares… Havia de ser giro ver o Catroga a passar com o pernil todo esticado, naqueles carrinhos tipo de golfe (que é ao que ele está habituado), todos os dias, entre as instalações da EDP e o centro de dia onde, todas as tardes, toma a meia de leite e joga à sueca com os colegas. E onde dá explicações de mandarim aos senhores donos do lar, que já começam a acolher a 1.ª geração de chineses que emigraram para Portugal para fugir do Mao Tse Tung. É que eles morrem muito velhinhos, a cair da folha. O Mao foi uma excepção. Enfim, é Mao mas é o que se arranja.
Em segundo lugar, dizer que Janeiro já vai adiantado e ainda não se passou nada de especial. Diziam que em Janeiro é que ia ser, que em Janeiro íamos todos ser empalados a céu aberto no Terreiro do Paço, às mãos da tribo centro-europeia dos mercados financeiros, mas até agora ainda não senti nada de especial. À parte duas ou três suadelas a quatro joelhos – a saber, o preço do leite, a factura da luz e as taxas moderadoras – não se passou nada. Diziam que em 2012 ia ser tudo mais caro, mas em 2011 já tudo era mais caro, em 2010 também, portanto, tudo igual como dantes!
Em terceiro lugar, sabendo nós que o Badaró já partiu para a morada celeste, e sendo o negócio da venda da EDP aos chineses uma coisa do outro mundo, será possível que o chinesinho limpopó tenha alguma coisa a ver com tudo isto? Deixo a questão em aberto para pessoas mais abalizadas do que eu reflectirem. Por exemplo, o Helton, o Rui Patrício, o Fernando Brassard...
Em quarto lugar, dizer que estou com uma enorme dor naquele sítio onde o úmero faz amor com o cúbito e o rádio, enfim, uma cena de ossos gay, é certo, mas que incomoda. Chama-se cotovelo e é do caraças com “lhe”. Por que razão falo disso, perguntarão os mais ciosos da lógica discursiva? Pois não sei, como eu não sou cioso disso… Finalmente, dizer que espero sinceramente, um dia, encontrar um toxicodependente, sobretudo ao nível dos arrumadores de carros em parques de supermercados, sobretudo, naqueles onde eu vou, que seja bem-disposto. Até hoje nem um para amostra! São todos uns macambúzios, estão sempre com cara de poucos amigos, parece que lhes falta sempre qualquer coisa, droga ou assim, não sei dizer! Palavra de honra que um dia destes, quando apanhar um a jeito a dormir num carrinho de compras, o recorto pelo picotado e coloco o braço na tômbola junto à caixa central. Pode ser que lhe saia um carro, ou assim, e que o possa trocar por vales de desconto de 10% na conta da luz, ou por assinaturas vitalícias da zon, para distribuir por toda a família. Sempre era uma maneira de os compensar pelo frigorífico, o micro-ondas, o plasma e o faqueiro do casamento... E nem precisa de agradecer, que faço isto na boa, sem querer nada em troca, a não ser um sorriso. Bom, despeço-me, até, amanhã, que, amanhã, olha, queres ver as, vírgulas, outra, vez. Olha, a, maçada!

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