A linha do equador

Como é que se explica à mulher, depois desta ter andado a passear os olhos pelo histórico do nosso pc, que passamos a noite anterior a ver pornografia na net, quando dissemos que ficamos a acabar um relatório importante para entregar no dia seguinte ao Antunes, o chefe?
- Pois, não sei...
Como é que se explica que o segurança da Natura esteja em todas as lojas da marca, de norte a sul do país, ao mesmo tempo, sob a mesma perspectiva, em total respeito pelo coito entre o dom da ubiquidade e os princípios lógicos da identidade e da não-contradição?
- Pois...
Como é que se explica que a senhora Celeste Cardona seja um rapaz inglês?
- Pois...
Como é que se explica que o pasteleiro Marco, da casa dos segredos, não invista numa loja concept de pastéis de nata em Cabul e dê um empurrãozinho à economia portuguesa e razão ao Álvaro? Ou em Kuala Lumpur?
- Pois, é difícil dizer!
Como é que se explica que o Damião, do último a sair, tivesse relações sexuais debis com a tíbia dos outros concorrentes, sem um edredon por cima?
- Exacto!
Como é que se explica que cinco ou seis membros da mesma família reúnam toda a sabedoria sobre electricidade existente em Portugal e, mais misterioso ainda: por que razão o melhor electrecista chinês da actualidade comprou uma empresa em Portugal só para os juntar todos no mesmo conselho de supervisão?
- Pois, não sei! O que sei é o seguinte: sempre que na História o ocidente se viu à rasca, virou-se para oriente. Nem que para isso fosse necessário ir dar a volta ao bilhar grande (a África inteira) para chegar à Índia, só parando em Cabo Verde (para fazer chichi) e em São Tomé (para desenhar a nossa parte da linha do equador). 


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